JOHNNY FORESTER
May 10, 2015 1:36:39 GMT
Post by Johnny Forester on May 10, 2015 1:36:39 GMT
I'VE HEARD ABOUT YOU
• Nome: Johnny Forester
• Idade: 20 (31/12)
• Curso: Música
• Ano: 2º
• Moradia: Fraternidade Masculina
I'M HOT, YOU'RE NOT!
• Físico: Porte atlético, pele bronzeada e feições atraentes, o sangue romani se trai em seu gingado e no formato de seu rosto.
• Cabelos: Castanhos e lisos, atualmente com o comprimento batendo no queixo. Geralmente usa seu cabelo solto, às vezes com algum chapéu.
• Olhos: Castanho-escuros e penetrantes, o traem com frequência.
• Altura: 1,78m
• Habilidades: Tocar violão, guitarra e violoncelo, cantar e se inserir ou se retirar com muita facilidade de qualquer lugar. Sua lábia também é notável, sendo uma das habilidades mais importantes para se manter vivo durante as dificuldades de sua vida.
TELL ME MORE!
• Descrição Psicológica: Fundamentalmente alegre, Johnny afoga todas as tristezas com o som de seu violão. É um excelente ouvinte, porém péssimo para falar sobre si mesmo. Como passou sua vida inteira viajando, ele procura não se apegar demais às pessoas, tratando-as por apelidos pessoais ao invés de chamá-las pelo nome ou por algum apelido convencional. Segundo Johnny, ele faz isso para "guardar todas as pessoas, mas não muito perto". Extremamente extrovertido e fanfarrão, nunca perde uma oportunidade de tocar seus instrumentos, que são os únicos bens que ele possui. Poucas coisas o tiram do sério, pois se algo o irrita ele automaticamente muda o assunto da conversa até o foco se tornar outro. Não gosta que façam perguntas sobre o seu passado ou sobre sua família, por não gostar de pensar muito em tudo o que aconteceu através dos anos. No geral, é uma pessoa tranquila que faz amizades facilmente com as pessoas... E as abandona com a mesma facilidade, se não mais.
• História: Johnny tem uma história curiosa - e seu nome nem sempre foi Johnny. Ele nasceu em uma comunidade cigana, e nela viveu até seus 12 anos. Ele cresceu como uma criança romani normal: socializava-se apenas com as crianças da comunidade, não frequentava a escola - sendo educado em casa, dentro da cultura romani - e desde muito criança participava de conversas e rodas junto com os adultos. Durante os primeiros 12 anos de sua vida ele tinha uma mãe, um pai e cinco irmãos, mas sua família nunca foi nuclear; a comunidade inteira era sua família, e Johnny tinha autonomia para tomar suas próprias decisões desde que aprendeu a andar. Eles nunca ficavam mais de um mês em uma cidade, sempre estavam em movimento. Sua "casa" durante estes anos foi o trailer de seus pais, a fogueira acesa em um terreno baldio e a vista das luzes da cidade de cima de qualquer morro no qual o acampamento estivesse. Nessa época, ele não se chamava Johnny, mas sim Jardani (forma romani de John). Ele aprendeu o ofício da família muito cedo, e seu talento para a música era inato; assim, foi ensinado a tocar o violão cigano e a se apresentar nas praças como Johnny, pois seus pais diziam que ninguém colocaria moedas em seu chapéu se ele se apresentasse como Jardani; de certa forma aquilo era verdade.
Aos 12 anos, quando a comunidade se instalou em Whereverville, ele já se apresentava nas praças sem a supervisão da família ou dos irmãos, e fez algum sucesso. A primeira coisa que o marcou em sua estadia em Whereverville foi ver uma família inteirinha na qual todas as pessoas eram ruivas; havia também dois adultos que eram idênticos, e duas menininhas também idênticas, mais ou menos da idade dele, correndo pelos arbustos. Jardani nunca tinha visto tantas pessoas ruivas em um lugar só, e se divertiu com isso; internamente, os chamou de "família enferrujada", não imaginando o quanto isso se revelaria verdadeiro dez anos depois.
Sua segurança e felicidade se foram nessa época. A rejeição contra os ciganos sempre foi forte, e em Whereverville não foi diferente. Enquanto ele buscava verduras em uma feira com o dinheiro de suas apresentações, seu acampamento estava em chamas. Nunca se soube quem iniciou o incêndio, que foi considerado acidental. Quando o menino conseguiu retornar ao acampamento, ele não encontrou sua família; tudo o que encontrou foram cinzas, fumaça e uma equipe policial. Ele perguntou a um policial cuja identificação era "Adams" onde sua família estava, e a resposta recebida foi que eles tiveram de ser "removidos da área". Logo em seguida ele estava sendo guiado por uma assistente social até um prédio cinzento, no qual foi examinado por um pediatra com cara de rabugento - seu crachá dizia "Dr. Williams". O menino perguntou a ele sobre sua família, mas não obteve nenhuma informação. Em seguida, já em outro prédio cinzento, Jardani pedia por sua família para a assistente social... Mas, como não havia uma forma de contactar sua comunidade na época, o menino foi encaminhado para o sistema, no qual ele esperou e esperou... E ninguém veio.
Após um tempo, pediram a ele seu nome, idade e data de nascimento, para a confecção de documentos e para que ele pudesse ser encaminhado para um lar adotivo. Ele se lembrou do que sua mãe disse, e o nome que deu foi "Johnny". Quando pediram um sobrenome, quase o pegaram; mas a primeira coisa que veio em sua cabeça foi "Forester", pois ele não pertencia àquele lugar - e pretendia fugir dali o mais rápido possível. Quanto à data de nascimento, ele só respondeu que fazia aniversário no dia dos fogos de artifício, no inverno.
Assim nasceu Johnny Forester, mais um menino perdido.
Ele foi encaminhado para um lar adotivo com menos de dois meses de separação de sua família, e não aceitou a casa, fugindo cinco vezes antes de ser transferido para outra, e outra, e outra... Até que foi transferido de cidade. Johnny, que nunca tinha frequentado uma escola, agora já tinha frequentado duas em um período de seis meses. Ele não passava mais de um ano no mesmo lar adotivo, sempre fugindo de casa assim que conseguia dinheiro para isso. O menino já tinha um ofício, e continuava tocando nas praças para conseguir dinheiro e fugir. Os psicólogos do governo não entendiam que não era nada pessoal, mas que aquelas famílias não eram a dele. Não entendiam que ninguém podia mandar nele e que ele tomava as próprias decisões sozinho. Esses psicólogos não entendiam que nem sua família de verdade o obrigava a fazer o que não queria; que nem seus pais ou os anciãos da comunidade o tratavam como criança. Qual era o direito deles em tratá-lo daquela forma, então?
Dessa forma, Johnny teve uma educação extremamente fragmentada. O único ensino contínuo que teve foi a própria força de vontade em aprender mais sobre música, que era a única coisa que ainda o ligava às suas raízes; pois todo o resto de sua cultura havia sido violada dentro dele pela sociedade ocidental. Aos 15 anos conseguiu juntar dinheiro suficiente para comprar um cello, o que o manteve em um lar adotivo por 6 meses a mais do que pretendia. Após conseguir aprender a tocar sozinho, sua próxima conquista foi a guitarra, que adquiriu aos 17 anos. Nessa época, Johnny já tinha aprendido que precisaria de muito gingado para se virar, e que encarar as situações com um sorriso sempre o favoreceria mais do que permanecer fechado. Nessa idade ele parou de fugir por um momento, e ficou em um lar por um período de dois anos, para tentar ter uma oportunidade melhor de conseguir sua independência. Isso rendeu frutos, pois aos 19 anos ele conseguiu uma bolsa para fazer faculdade de música, e finalmente conseguiu se desvencilhar do sistema de uma vez por todas. Ele se mudou para New Haven para iniciar sua graduação, mas sua natureza não permitiu que ele ficasse na cidade por muito tempo. Quando completou o ano, ele pediu transferência... Para Whereverville.
Johnny precisava descobrir onde sua família estava, e retornar para o local do incêndio seria um bom começo, ou pelo menos era o que ele achava. Como já estava fora do radar do serviço social, não teria problemas. O rapaz não tinha a ilusão de que encontraria um lar na cidade, e esse não era seu objetivo ao se mudar para Whereverville... Mas talvez, apenas talvez, ele conseguisse alguma pista sobre onde sua família poderia estar.
Apenas assim ele deixaria de ser o forasteiro - o menino perdido - para poder ouvir a voz de seus irmãos berrando por "Jardani" novamente.